luto

segunda-feira, dezembro 13, 2004

"A empregada doméstica Adriana de Jesus Santos, 20, - que confessou ter ajudado a assassinar a estudante Maria Cláudia Siqueira Del Isola, 19, disse que o caseiro Bernardino do Espírito Santo, 30, – acusado de matá-la – “era apaixonado” pela jovem. Na manhã da quinta-feira quando saia para a faculdade, Maria Cláudia foi abordada pelo caseiro no jardim da casa. Adriana contou que os dois começaram a discutir. “De repente, começou a bater nela e disse para eu colocar uma fita crepe em sua boca. Depois, começou a tirar a roupa dela e me obrigou a ajudar no estupro”, contou a empregada.

O delegado da 10ª DP, Antônio José Romeiro, espera prender Bernardino ainda nesta segunda-feira. Ele é acusado de assassinar e esconder o corpo de Maria Cláudia. Além de espancar e estuprar a jovem, o caseiro teria estrangulado e esfaqueado a vítima antes de enterrá-la em baixo de uma escada, no interior da casa onde vivia com a família, no Lago Sul, área nobre de Brasília.

Segundo a doméstica, o crime aconteceu na manhã da última quinta-feira por volta das 9h, no salão de festa. Somente os três estavam na casa. Os pais e a irmã mais velha de Maria Cláudia estavam trabalhando.

Bernardino utilizou um facão para matar a estudante. A polícia ainda não sabe quantos golpes ela recebeu. Além de inúmeras perfurações pelo corpo, o rosto dela foi retalhado. Marcas e hematomas no pescoço indicam que ela pode ter sido estrangulada. A perícia realizada no corpo dela ainda não ficou pronta.

A empregada contou que depois de matar a jovem, Bernardino a arrastou pelos braços em direção à escada. Num buraco raso, ele a enterrou semi-nua, de bruços, com os braços e pernas amarrados e um saco de lixo preto na cabeça. Depois de terminar, ele voltou e lavou todo o sangue que havia ficado no chão do salão.

Na delegacia, a empregada disse ser inocente. “Eu não matei ninguém. Ele é que me obrigou a fazer tudo”, alegou a namorada do caseiro, que está presa desde domingo.



Desaparecida

Filha do diretor educacional do Colégio Marista de Brasília Marco Antônio Almeida Del Isola, Maria Cláudia estava desaparecida desde quinta-feira. Os pais acharam estranho o sumiço da filha e registraram ocorrência na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul). Quatro dias depois, os agentes da Delegacia de Operações Especiais (DOE) descobriram o corpo enterrado no jardim de inverno da casa, porque o cadáver já exalava forte cheiro.

Maria Cláudia era estudante do curso de Pedagogia na Universidade de Brasília (UnB). A princípio a família acreditava que ela tivesse fugido de casa, já que R$ 2 mil haviam desaparecido do cofre. Por outro lado, preocupava o fato de a garota não ter levado roupas ou objetos pessoais. Saiu apenas com uma mochila.

A família começou a desconfiar da atitude do caseiro e da empregada, na tarde de ontem, quando identificaram um mau cheiro dentro da casa. Os empregados inventaram uma desculpa para deixar a residência.

Segundo o delegado chefe da 10ª DP Antônio José Romeiro, a empregada confessou o crime na mesma hora. Disse que reberia R$ 1 mil.



Crimes na Bahia

Ainda ontem, os policiais iniciaram um processo de busca na casa de Bernardino em São Sebastião, no Distrito Federal. Em Taguatinga (DF), onde tem outra namorada, grávida de seis meses, os agentes só conseguiram encontrar R$ 250 roubados do cofre de Maria Cláudia. Bernardino fugiu na manhã de domingo.

O acusado trabalhava com a família havia dois anos. Ele e Adriana vieram de Salvador (BA) para trabalhar na cidade. Segundo o delegado Romeiro, o rapaz já possui passagem pela polícia por tentativa de homicídio na Bahia. A polícia também encontrou na casa dele um alvará de soltura expedido pela Justiça baiana, o que comprova que ele já esteve preso.

O caseiro será indiciado por crimes de latrocínio, estupro e ocultação de cadáver. Se condenado, a pena para Bernardino pode chegar a 30 anos de prisão. Adriana também será indiciada por homicídio."



Éramos do mesmo ano... todos conhecíamos ela. Minha idade, ela tinha a minha idade... poderia ter acontecido comigo, com qualquer amigo meu... o quanto ela deve ter sofrido?

Precisamos crer em alguma coisa... percebemos que, nessas horas, a racionalidade humana não ajuda em nada... onde achar conforto emocional? Em algo irreal? Não me importo... prefiro ficar bem acreditando em "falsos deuses" a mergulhar no materialismo...

PS: Não é um Katim para nada nem ninguém... é só um desabafo.

1 comentários:

Anônimo disse...

entendo tua angustia, seus questionamentos e essa dúvida cruel do qto ela deve ter sofrido... mas o pesa pra mim, é que nessas horas eu percebo o qto a gente precisa de justificativas metafísicas pra tentar entender o injustificavel... e é nessas horas q eu me pergunto PQ as coisas são assim e se realmente existe algo superior pra acreditar, ou se é a simples ( e ao mesmo tempo complicada) necessidade de termos no que se "escorar".... entende?

Mayra

obs: indignação letente, até hj... passei a segunda inteira com um treco na garganta... mistura de nojo, com angustia, com revolta, preocupação com a família dela....

 
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