sábado, outubro 30, 2004
"E se eu não quiser seguir o caminho que todos seguem?
E se eu não quiser viver pelos dogmas da sociedade?
Não todos, apenas alguns...
Deixe-me ser livre, apenas de alguns..."
"Digo hoje que entendo por que artistas costumam criar tantos laços entre si - tantos cônjuges, amigos, amantes - e tão poucos com o resto das "profissões". Pelo simples fato de a arte não ser uma profissão... ela é uma maneira toda nova de ver a vida."
Odeio quando alguém vem dizer como eu devo me portar e como devo agir sob o pretexto de estar preocupado com a "imagem" que eu passo. Eles não estão preocupados com a minha imagem, e sim com a imagem que eles, como amigos meus, possam ter. "Ah, você é amigo de fulaninha? Aquela que..."
Não estou bradando que tenho maturidade suficiente para perceber as conseqüências que minhas ações podem ter, mas seria demais deixar que eu aprendesse sozinha? E, a questão que mais me vem à mente agora: será que eu deveria aprender algo? Odeio me submeter a uma realidade machista, onde uma mulher que se comporta como os homens é tanto mal vista em sua própria categoria quanto desprezada pelos homens, que ainda procuram a princesa de branco...
Sim, sim, discurso mais que batido, mas é algo com que há muito tempo não me aborrecia. Claro, 3 anos de namoro, aborrecer-se com quê? Agora, é mais complicado. Ainda mais em um grupo de amizades no qual teu irmão mais velho participa.
Todos que nos conhecem sabem que somos muitos chegados, amigões mesmo. Não tenho segredos com ele, e acho que o inverso é verdadeiro. Mas se eu falar que nunca me senti retraída no grupo por sua presença, estaria mentindo.
Sou uma pessoa muito extrovertida e brincalhona, e piadas relacionadas a sexualidade fazem parte do meu "repertório". Claro, de todo mundo, certo? Mas sempre soa diferente. Num grupo quase que completamente masculino, e com um irmão, as brincadeiras muitas vezes terminam mal interpretadas. Quem nunca me ouviu reclamar que: 1. brasilienses não entendem ironias + 2. meus amigos daqui sempre acham que eu dou em cima deles? É, eu mereço mesmo.
Me cansa essa conversa da "imagem", SEMPRE a "imagem". Me soa falso! Pode ser verdadeiro, não duvido que seja... mas me soa... antiquado. Me soa tão acorrentador que me irrita, como há muito tempo nada me irritava. Vontade de tomar atitudes infantis, ok!, afasto-me do grupo de novo... procuro amigos "só meus"... parece besta, mas talvez fosse uma boa atitude. Quantas vezes eu já sofri nessa de "meus amigos são mais amigos do meu irmão que de mim"? *suspiro*
Mas isso já é questão para outro dia.