terça-feira, fevereiro 15, 2005
Sem paciência para escrever... dor de cabeça, quem diria, logo eu... estou ficando chata. Acho que a gripe me pegou de jeito...
Como prometido ontem, um soneto do Neruda. Esse é um dos meus favoritos entre os favoritos:
Se não fosse porque têm cor-de-lua teus olhos,
de dia com argila, com trabalho, com fogo,
e aprisionada tens a agilidade do ar,
se não fosse porque uma semana és de âmbar.
se não fosse porque és o momento amarelo
em que o outono sobe pelas trepadeiras
e és ainda o pão que a lua fragante
elabora passeando sua farinha pelo céu,
oh, bem-amada, eu não te amaria!
Em teu abraço eu abraço o que existe,
a areia, o tempo, a árovre da chuva,
e tudo vive para que eu viva:
sem ir tão longe posso ver tudo:
vejo em tua vida todo o vivente.
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