Dia de bosta

sexta-feira, maio 14, 2010

De manhã:
"Vamos vender a casa e comprar um apartamento de 1 quarto para cada um de nós. Você está responsável por procurar corretor e resolver tudo, porque se deixar pelo Rodrigo a gente não faz nada."

De noite:
"Conversei com o Rodrigo e vou comprar um apartamento de 3 quartos no Plano Piloto. Preciso pensar em mim."

No dia seguinte, ao telefone:
"Aí ela ficou me azucrinando e eu fiquei quieta, esperando ela parar de falar e ir embora."

Sendo que no meio tempo ela queria que eu usasse o carro do Igor pra levar ela pra mil lugares, sem nem perguntar se pode, se deve, whatever. Falei que não me sentia confortável em dirigir o carro dele por aí, mas no fim das contas disso que ok. Ela falou nessa ligação que eu não queria levar ela nos lugares "porque o carro do Igor é só pra ir pra casa dele". É muito abuso.

Hoje, depois de ouvi-la no telefone falando mal de mim, vim pra casa do Igor e logicamente não dei uma de motorista dela. Ela disse que eu não tinha a menor consideração por ela. Eu acho que ela é instável, abusada e venenosa. Falou mal do Rodrigo pra mim, falou outra coisa sobre a venda da casa pro Rodrigo, falou mal de mim pra Simone.

Me sinto rejeitada e sacaneada.

Uma bosta.

Finalmente a carência foi embora e eu me sinto completa

quinta-feira, maio 13, 2010

O dia hoje foi maravilhoso! Passei a tarde e a noite com o Igor na casa dele, e sabe aqueles dias que não têm nada demais e são incríveis? O pôr-do-sol estava lindo, nós caminhamos um pouco no terraço dele, ficamos dando voltas e conversando... tão bobo, tão gostoso... Eu sinto como se finalmente tivesse matado a saudade, a carência que eu estava sentindo desde que ele foi pro hospital, essa coisa de não poder abraçar, ficar perto, fazer carinho... hoje teve bastante carinho, foi ótimo. Até fiquei mais tranquila...

A gente comeu, ele viu série e eu fiz sei-lá (internet? provavelmente), depois vimos filmes. E (acho que por penitência por ele ter me feito assistir Garota Mimada ontem, rendeu até post na Antena) hoje foram 2 filmes no Tele Cine Cult. O primeiro foi As Virgens Suicidas, que filme fantástico! Sublime! Amo a Sofia Copolla, ela é uma verdadeira artista, tem um controle de como o negócio vai ficar, trilha sonora, fotografia, personagens... ela é demais. Curioso como eu demoro pra perceber que AMEI um filme, ele fica na cabeça e eu vou percebendo como ele foi importante pra mim e continua reverberando, os sons ainda dentro de mim, baixinhos, mas ainda lá... esse filme foi assim. Lindo, lindo, lindo, lindo, lindo.

Vimos mais um outro mas minha cabeça ficou nas Virgens Suicidas (o outro tinha o Hugh Laurie falando com o sotaque dele mesmo, britânico, assustador). Depois ele foi dormir e eu vim pra casa no carro dele, agora já sei dirigir e não faço mais vruuuum quando acelero.

Amanhã a Thammy, uma amiga dela e a Daphne vem pra cá pra casa tomar sol, eu nem tenho biquíni, mas vamos ver. Preciso acordar mais cedo para ir ao supermercado comprar alguma besteira, nem sei o que além de suco. E aipo. Vontade louca de comer aipo, faz uma semana hoje.

Vou dormir feliz, tranquila, apaixonada e cheia de arte hoje!

Estresse, discussão, cansaço

domingo, maio 09, 2010

Esse sábado foi estranho.

E me esgotou emocionalmente.

Eu sinto falta de ficar abraçada no sofá com o Igor vendo qualquer seriado da vez - Supernatural, Brothers & Sisters, Glee...

É até engraçado eu não ter pensado que, quando ele saísse do hospital, a gente não ia poder ficar abraçado. Só um pouquinho, e meio de lado, e de preferência por pouco tempo porque ficar sentado não faz bem.

Tadinho, eu quero tanto que ele melhore logo. É bem egoísta ficar pensando na minha carência quando ele tem que fazer um esforço gigante todos os dias para se movimentar e mal consegue deitar direito. Mas, se eu não pensar na minha carência, quem vai?

Quando a mãe dele falou tudo aquilo foi bem desagradável. Não é nada que eu nunca tivesse visto, mas eu senti todas as minhas energias indo embora. Zerando o contador de stamina, ou spirit.

Na casa do Maranha, bem mais tarde, dormi um pouco e sonhei que eu e o Igor não estávamos mais namorando. Foi um sonho confuso e rápido, não lembro de muita coisa, só que nós estávamos conversando e ele não era mais meu namorado. Foi péssimo. Acordei sem saber como a gente tava, se era verdade ou não, e com aquele gosto amargo na boca de tudo que tinha acontecido mais cedo.

Estou morrendo de saudade dele e não sei quando vou vê-lo de novo, agora acho que só quando ele puder sair de casa. Ao mesmo tempo, não quero que ele saia logo, ele precisa se recuperar e não pode ficar dando mole andando por aí.

Tenho me sentido sozinha e fechada pra tudo, até quando ele me toca eu não sinto como se fosse ele, estou toda bloqueada. Talvez por isso tenha tido esse sonho, porque na minha cabeça estou ignorando que tenho namorado, não posso achar que tenho senão vou cobrar coisas que não posso agora.

A verdade é que eu estou preocupada demais com isso por não ter o que fazer da vida, semestre que vem espero que seja tudo melhor com a universidade. Preciso me ocupar. Parar de esperar que alguém - que não eu mesma - me salve da minha vida.

2 noites loucas, inauguração da LC e Igor fora do hospital

sexta-feira, maio 07, 2010

Esses dias foram tão loucos e cheios de coisa. O Igor finalmente saiu do hospital, eu acabei indo na casa dele apesar de ter dito que não ia, e fiquei super desconfortável lá, culpa minha. Antes disso teve a inauguração da Livraria Cultura do Iguatemi, a loje está linda linda linda linda linda, vontade louca de voltar pra lá, mas aí a realidade bate na cara e fala "hellooooo, forma em alguma coisa e depois pensa em trabalhar, peloamordadeusa!" Revi tanta gente, falei tanta besteira, tomei prosecco, vi que tem gente conhecida trabalhando na Cultura, fiquei com medinho de entrar em Clássicos, conheci a mulher do Romero, descobri que gosto de aipo! A noite foi fantástica, mas muito doida, muita informação junta, muita emoção. Seu Roberto estava lá, quase me fez chorar. Eu gosto dele, ele é um fofo e uma figura paternal. Tenho tantas lembranças boas que nem dá vontade de falar, dá vontade de guardar tudo pra mim mesmo sabendo que eu esqueço das coisas e essa noite vai desaparecer como névoa da minha memória. Mas talvez seja melhor assim, lembrar que algo foi bom e não saber muito bem por quê, perdoar o que aconteceu de ruim, seguir em frente e viver no presente. Whatever.

Com o Igor essa noite foi meio estranho também, eu não me senti com ele, sei lá. Coisa de gente doida. Estranho ele estar de volta em casa, a iluminação estava diferente, nem parecia a casa dele. Eu fiquei esperando as pessoas quebrarem as paredes e a gente estar de volta no hospital no quarto 1408, ops, 114, mas que bom que não aconteceu. Eu ainda to magoada com tudo, quero que passe logo e só depende de mim, mas eu sei que sou rancorosa e isso dificulta as coisas. A verdade é que eu acho que sou muito mais pro Igor do que sou; eu sou uma namorada, preciso voltar pro lugar de namorada. Mas depois de tanto tempo no hospital a gente se acha importante e fantasia mil coisas e acha que é alguém e que os outros estão vendo isso mas não, ninguém vê nada além de suas próprias vontades, e eu devo estar no meio disso porque eu não sou diferente do resto do mundo. Eu queria ter recebido um obrigada, um "valeu aê!", um reconhecimento. Me senti deixada de lado. E pior: eu achei que estava ajudando quando, na verdade, as pessoas me queriam longe. É uma sensação péssima de rejeição, você querer participar de uma coisa e não poder. Não quero ficar remoendo isso, quero que passe, mas o fato é que estou triste e quero colo. E eu devia estar dando colo pro Igor agora, não o contrário. Acho que vou abraçar os gatos e encher o saco deles até eles miarem e fugirem de mim, e aí eu vou me sentir rejeitada de novo mas dessa vez de uma forma meio cômica e vou dormir com o Snif. Como tem sido todas as noites desde que saí do hospital...

Literatura lésbica: existe?

terça-feira, maio 04, 2010

Sabe aquele monte de pensamentos que viram um bola e tudo vai aumentando e aí depois tá tudo tão confuso que não dá em nada?

Hoje fiquei pensando nessa coisa da Literatura Lésbica, se é que ela existe e, se existe, o que é. É a literatura escrita por lésbicas? Para lésbicas? Que tem protagonistas lésbica?

Essa coisa de Literatura Lésbica sempre me lembra aqueles livros obscuros ou ruinzinhos, que parecem versões mulher-com-mulher das velhas fotonovelas ou dos livros Sabrina e Bianca. Será que não tem nada lésbico que seja Literatura com L maiúsculo? (Aquela Literatura elitista, nojenta e arbitrária mesmo, ensinada nas faculdades e comentada pela ABL)

Pensei nos livros que li recentemente que possuíam personagens lés no enredo. Norweggian Wood, Minha Querida Sputnik, Desonra. Os três com protagonistas homens. As lésbicas sempre impedidas de realizar seu desejo, ou por traumas psicológicos ou por ataques externos (aliás, Coetzee faz uma denúncia necessária sobre o estupro de lésbicas na África do Sul). Mas e aí, onde entram as lésbicas como personagens principais? Existem?

Penso no Caio Fernando Abreu, vários personagens gays. Os autores beatniks. Até no livro de memórias do Augusten Burroughs, que virou o filme Correndo com Tesouras: história de um gay com a mãe lésbica louca. Quando um livro de memórias de uma lésbica vai virar filme em Hollywood?

Tem muita - muita mesmo - coisa que eu não li. Inclusive Virginia Woolf. Sei que estou falando do que não tenho grande conhecimento. Mas justamente por isso minha visão significa alguma coisa, certo? Afinal, eu represento o público geral. E o público geral não vê protagonistas lésbicas. E mesmo as coadjuvantes são descritas através de um olhar masculino.

Sei lá, isso me incomoda mas não consigo explicar bem porquê. O que fazer? Editoras dedicadas a mudar isso já estão surgindo no mundo e no Brasil, como a Malagueta. Espero que com elas essa realidade mude... de repente inspiram jovens talentosas a escrever. De repente os nossos filhos terão de ler um romance lés para o vestibular. Sonhar não custa nada!

I would not recommend love

segunda-feira, maio 03, 2010

my head felt stabbed

by a crown of thorns but I joked and rode the subway
and ducked into school johns to masturbate
and secretly wrote
of teenage hell
because I was "different"
the first and last of my kind
smothering acute sensations
in swimming pools and locker rooms
addict od lips and genitals
mad for buttocks
that Whitman and Lorca
and Catullus and Marlowe
and Michelangelo
and Socrates admired

and I wrote: Friends,
if you wish to survive
I would not recommend
Love



Harold Norse

 
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