Stray

domingo, fevereiro 27, 2005

MISS OTIS REGRETS

Miss Otis regrets, she's unable to lunch today, madam,
Miss Otis regrets, she's unable to lunch today.
She is sorry to be delayed, but last evening down in Lover's Lane she strayed, madam,
Miss Otis regrets, she's unable to lunch today.

When she woke up and found that her dream of love was gone, madam,
She ran to the man who had led her so far astray,
And from under her velvet gown,
She drew a gun and shot her lover down, madam,
Miss Otis regrets, she's unable to lunch today.

When the mob came and got her and dragged her from the jail, madam,
They strung her upon the old willow across the way,
And the moment before she died,
She lifted up her lovely head and cried, madam...
Miss Otis regrets, she's unable to lunch today.

Racionalismo abstrato em noite estrelada

sábado, fevereiro 26, 2005

Tempo que eu não chorava... não desse jeito, de cansaço, estresse, irritação. Eu lembro de quando eu era mais nova (nooossa, quanto tempo....! =P) e costumava pensar que era super normal o meu sistema de blazin' - sim, porque acabava sendo isso. Eu acumulava, acumulava, acumulava e um belo dia eu gritava com todo mundo e chorava até não poder mais, trancada no quarto. Saía com uma dor de cabeça muito chata, entre os olhos, uma sensação de desconforto, e sabia que ia acordar com olheiras, mas era a minha maneira. E parecia ser eficiente, na época.

Hoje minha barra de especial encheu de novo. Estourei várias vezes ao dia, algumas vezes mais chatas, outras menos chatas. E, agora à noite, chorei um bocado. Mas foi diferente: dessa vez, eu saí me sentindo muito bem. Não estava feliz, pois sabia que nada estava resolvido nem tinha mudado, mas eu estava calma. Não estagnada: calma. Consegui pôr meus pensamentos em ordem, vi o que realmente estava me chateando em alguns campos (porque tem coisas que a gente só vai perceber o quanto chateiam quando a gente solta uma frase de angústia no meio do choro).

O que eu tenho? Muita coisa para responder assim. Nada difícil de verdade, apenas problemas adolescentes, bobagens, atitudes mal tomadas, expectativas em demasia... os problemas não devem ser tão grandes quanto parecem, só o enfoque que não está ajudando. E eu ando ansiosa, briguenta, estourada, sensível. Agora, estou mais centrada. Uma coisa de cada vez: assim a gente não se sente oprimido pelas dificuldades. Estou bem, estou tranqüila. Não precisei partir para o discurso da auto-suficiência e estou feliz por isso. Confiar nas pessoas pode ser bom...

Não me matem!

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Tentem não pensar em Mariah, ok? Por favor!! Eu juro que é legal. É bem legal. E me acalma. Eu estou nervosa hoje, parece que não saí do ritmo, mas estou desanimada. Não é tão paradoxal assim - eu só "não posso parar" (homenagem ao Laugi). Aliás, aquela é a minha música... em um dia especial eu posto ela. Hoje, eu posto Mariah - a única música que eu ouço dela, e recomendo. Mesmo! Tem um vocal perfeito no início que parece uma guitarra beeeem aguda. Muito aguda. Vale a pena.

FLY AWAY (Butterfly Reprise)
by Mariah Carey, E. John, B. Taupin

Don't be afraid to fly/Spread your wings/Open up the door/So much more outside/Don't be afraid to fly/Come spread your wings/And just fly/Fly, fly, just fly, just fly/Don't be afraid/Don't let your spirit die/She said...

Spread your wings and prepare to fly/For you have become a butterfly/Spread your wings and prepare to fly/For you have become a butterfly

Don't be afraid to fly/Don't be afraid to just fly/You, you've become a butterfly/Don't be afraid to just fly/Butterfly/Butterfly/Feel it fly/Fly away/Far far

Flow my tears

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

FLOW MY TEARS

Flow my tears, fall from your springs,

Exiled for ever let me mourn
Where night's black bird her sad infamy sings,
There let me live forlorn.



Só a primeira estrofe mesmo... estava precisando dar um toque trágico aqui, e essa música não me sai da cabeça.

Feliz, cansada...

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

EVERYTHING'S ALRIGHT

Try not to get worried,
Try not to turn on to
Problems that upset you, oh...
Don't you know
Everything's alright?
Yes, everything's fine...
And we want you to sleep well tonight
Let the world turn without you tonight
If we try
We'll get by,
So forget all about us tonight

Everything's all right, yes,
Everything's all right, yes...

Sleep and I shall soothe you
Calm you and anoint you
Myrrh for your hot forehead, oh...
Then you'll feel
Everything's all right, yes,
Everything's fine...
And it's cool and the ointment's sweet
For the fire in your head and feet
Close your eyes,
Close your eyes
And relax
Think of nothing tonight

Everything's all right, yes,
Everything's all right, yes...

Ouvindo Pergolesi

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Stabat Mater dolorosa
Iuxta crucem lacrimosa
Dum pendebat Filius


Ouvindo o Stabat Mater do Pergolesi... realmente é uma pérola barroca (ahá, sacou, sacou? =P). Música antiga r0x. Mas então... muita coisa pra fazer hoje... lembrar de mil documentos e do histórico da UnB. Espero que seja tudo rapidinho, não tô com muita paciência. Ao menos é tudo na Asa Norte... ow, alguém já percebeu que são 11:45 da manhã e eu tô acordada? My new personal record!

Pensando em voltar pro Alemão. Voltar, nada, recomeçar, que eu não sei nada. Não vou conseguir passar esse semetre sem um idioma, tô na faaaalta! As aulas começam em Março, vou ver se equilibro minhas finanças e começo, já que as aulas de cello devem esperar...

Estava relendo o post passado, estou ficando doida, não precisei sair da ordem, já tinha postado o outro. Eu, hein!! Continuando... esse deve ser o último:



Antes de amar-te, amor, nada era meu:
vacilei pelas ruas e as coisas:
nada contava nem tinha nome:
o mundo era do ar que esperava.

E conheci salões cinzentos,
túneis habitados pela lua,
hangares cruéis que se despediam,
perguntas que insistiam na areia.

Tudo estava vazio, morto e mudo,
caído, abandonado e dacído,
tudo era inalienavelmente alheio,

tudo era dos outros e de ninguém,
até que tua beleza e tua pobreza
de dádivas encheram o outono.

Misty

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Como assim eu passei todo esse tempo sem postar? Há algo de podre no reino da Dinamarca... mas então... eu continuo com preguiça! Olha que beleza... vou postar uma música que eu terminei de baixar (finalmente!), linda, linda. Só queria achar a versão do Errol Garner... mas, enquanto tá difícil, fico com a Billie e sua interpretação estonteante. E pra não perder o costume: mi bemoooooool...



MISTY

Look at me, I’m as helpless as a kitten up a tree;
And I feel like I’m clingin’ to a cloud,
I can’ t understand
I get misty, just holding your hand.
Walk my way,
And a thousand violins begin to play,
Or it might be the sound of your hello,
That music I hear,
I get misty, the moment you’re near.
Can’t you see that you’re leading me on?
And it’s just what I want you to do,
Don’t you notice how hopelessly I’m lost
That’s why I’m following you.
On my own,
When I wander through this wonderland alone,
Never knowing my right foot from my left
My hat from my glove
I’m too misty, and too much in love.
Too misty,
And too much
In love...




Não é que eu ia esquecendo do poema? Resolvi sair da ordem - não quero "Ao golpe da onda...", quero esse aqui:



Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

Final Fantasy e mais...

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Deu saudade... se tivesse letra, eu colocaria "Holding My Thoughts In My Heart", do FF7. Ou mesmo Lifestream... como eu não posso fazer isso, vai essa aqui, fofa, gostosinha, ingênua:



NÃO CHORA, MENINA

Não chora, menina, não chora mais
Um dia você vai saber
Na vida existe sempre a razão
E mesmo a tristeza tem valor

O que fez as lágrimas no seu rosto
É o carinho do seu coração
E a menina que sabe o que é o carinho
Vai ser mais linda, linda mulher

Uma estrela aparaceu
Sorrindo pra você, menina
E a menina que sabe o que é o carinho
Vais ser mais linda, linda mulher




E, claro, Neruda. Não estou muito "in the mood", mas eu disse que ia colocar, então aí está. Dilemas religiosos... por que o que eu sinto não condiz com o que eu penso? É difícil se dar o direito de mudar de idéia, especialmente quando passamos tanto tempo construindo uma idéia "só nossa", diferente do padrão, e achando que finalmente nos encontramos com algo que servirá para toda a nossa vida... talvez eu não deva mudar de opinião, só abrir a cabeça. Tem tanta coisa que eu deixei para pensar depois, e hoje foi um dia em que algumas questões voltaram. Uma discussão leva a outra, que leva a outra, e me sinto um pouco perdida, racionalmente. Mas me sinto tão bem que prefiro travar discussões internas amanhã...



Ao golpe da onda contra a pedra indócil
estala a claridade e estabelece sua rosa
e o círculo do mar se reduz a um cacho,
a uma só gota de sal azul que tomba.

Oh radiante magnólia desatada na espuma,
magnética viageira cuja morte floresce
e eternamente volta a ser e a não ser nada:
sal roto, deslumbrante movimento marinho.

Juntos tu e eu, amor meu, selamos o silêncio,
enquanto o mar destrói suas costantes estátuas
e derruba suas torres de enlevo e brancura,

porque na trama destes tecidos invisíveis
da água entornada, da incessante areia,
sustentamos a única e acossada ternura.



Outra do FF... essa merece:



PURE HEART

Straight on this long, continuing road
There is surely something to believe in

Like a traveler in the midst of the wind
I have my eye on the northern sky

The passionate feelings
That were beginning to vanish
Once again sway
In radiance in my chest

I don't want the tears to spill
As so not to lose to my weaker self

In eyes holding only an unadorned spirit
There are great
Unseen wings

I open my arms while singing
To embrace the perpetuity of time
To be tied to life

Straight on this long, continuing road
There is surely something to believe in

(Gripe)

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Sem paciência para escrever... dor de cabeça, quem diria, logo eu... estou ficando chata. Acho que a gripe me pegou de jeito...

Como prometido ontem, um soneto do Neruda. Esse é um dos meus favoritos entre os favoritos:



Se não fosse porque têm cor-de-lua teus olhos,
de dia com argila, com trabalho, com fogo,
e aprisionada tens a agilidade do ar,
se não fosse porque uma semana és de âmbar.

se não fosse porque és o momento amarelo
em que o outono sobe pelas trepadeiras
e és ainda o pão que a lua fragante
elabora passeando sua farinha pelo céu,

oh, bem-amada, eu não te amaria!
Em teu abraço eu abraço o que existe,
a areia, o tempo, a árovre da chuva,

e tudo vive para que eu viva:
sem ir tão longe posso ver tudo:
vejo em tua vida todo o vivente.

De volta e Comparações e Auto-Crítica

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Cheguei hoje da viagem à Belém. Reencontrei amigos, conheci pessoas interessantes, fui a lugares que eu não conhecia, enfim, tirei uma boa semana de férias. Nem tudo foi perfeito, mas a gente sempre deve olhar o lado bom das coisas, não? E o Carnaval teve tanta coisa boa que seria ingratidão minha pensar só na parte ruim. Tenho muita coisa para contar, e penso que talvez não seja tanta coisa assim... o que importa é que eu estou muito feliz, e essa sensação talvez me faça pensar que muita coisa aconteceu. Como diria Morrissey... "in my heart it was so real"... e para mim é. Estou contente, muito contente, e recarregada. Talvez eu nem fique alegre por tanto tempo, até porque eu sei que, pelo fato de a viagem ter sido tão boa, eu vou ficar triste de Brasília não ser do mesmo jeito... (por Brasília entenda-se cidade, pessoas, lugares.) Bom... talvez eu esteja procurando nos lugares errados, não? Ou talvez eu esteja procurando algo específico demais, sem perceber que vários outros "algos" me trariam alegria também. Nossa, isso ficou muito abstrato, será que quando eu reler isso eu irei lembrar do que eu estou pensando agora?... é sobre pessoas, sobre tipo de pessoas, interesses em comum e modos de ver a vida. Eu achei tanta gente parecida comigo em Belém, ou, se não parecida, interessante. Não vejo isso em Brasília, ainda tenho a mesma dificuldade dos outros anos... é, acho que eu deveria ser mais mente aberta e aceitar mais pessoas que não se encaixam no meu padrão de "perfeição", sei lá, nem é isso, mas pra eu não achar é porque eu estou procurando algo que não existe, e deve ser meu ideal de perfeição. Bom, estou procurando nos lugares errados, descartando cedo demais, ou simplesmente não estou vendo. Hehe, visão otimista pra mim essa... ou mais auto-crítica. Tentarei descartar a opção infantil do "não há pessoas assim em Brasília", por favor, já chega de culpar os outros por incompetência própria - ou, no meu caso, culpar a cidade. (Isso não quer dizer que eu goste de Brasília... só estou tentando mostrar para mim mesma que, racionalmente, não há razão de eu não achar gente interessante aqui, até porque isso aqui reúne gente de todo o Brasil, e gente de todas os jeitos.)

Bom, deixando tudo isso de lado, não devo resumir a viagem, não agora. Vou é postar um poema que li em Belém e amei, do Pablo Neruda. Na verdade, eu me apaixonei por vários sonetos dele... devo postar um a um os meus favoritos por alguns dias. Aí vai o primeiro que me apeteceu:




Áspero amor, violeta coroada de espinhos,
cipoal entre tantas paixões eriçado,
lança das dores, corola da cólera,
por que caminhos e como te dirigiste a minha alma?

Por que precipitaste teu fogo doloroso,
de repente, entre as folhas frias de meu caminho?
Quem te ensinou os passos que até mim te levaram?
Que flor, que pedra, que fumaça, mostraram minha morada?

O certo é que tremeu a noite pavorosa,
a aurora encheu todas as taças com seu vinho
e o sol estabeleceu sua presença celeste,

enquanto o cruel amor sem trégua me cercava,
até que lacerando-me com espadas e espinhos
abriu no coração um caminho queimante.

Estou indo de volta pra casa...

sábado, fevereiro 05, 2005

Aê! Dia de viagem, estou indo AGORA para Belém passar o Carnaval lá. Que mudança, em comparação ao ano anterior... Espero rever muita gente nesse tempinho em que eu sumir... quero voltar com gás, e pra isso vou esquecer de tudo por alguns dias - como se eu fosse conseguir esquecer de tudo.

Devo ir para a praia, depende de como as coisas correrem, pois vou ter que alugar carro e contar com a colaboração enorme de algumas pessoas... ai ai... sensação boa, ir pra casa. Nem estou pilhada hoje (ontem também não estava), mas sei que daqui a algumas horinhas eu estarei me sentindo tão bem... aquela sensação de se afogar na umidade do ar! Ixi, é inverno, vou sentir pacas. O calor, as ruas bagunçadas, ô, trânsito caótico. Família, preguiça, pouca coisa pra fazer em casa, uns 4 livros para ler, muita gente pra ligar - mas a vontade que dá é de ficar de pernas pro ar só curtindo a sensação de "estar em casa". (como é bom falar isso! olha, de novo: "casa"... ahhhh!!!)

Minha passagem de volta está programada para a quinta-feira, mas eu devo acabar ficando até domingo ou segunda para batizar meu sobrinhozinho fofo de Áries, filho da Camila. Siiiiim, eu *tenho* uma irmã! (E, se não sabias disso, saiba que eu tenho TRÊS irmãs, olha que legal!) Até lá devo ficar um pouco incomunicável: sem internet, sem celular (bateria acabando e sem carregador, né, RODRIGO??? =D) e sem telepatia. Bom, a telepatia não vai ser desligada de todo, então se for algo sério pode mandar a mensagem que eu retorno.

Bom Carnaval a todos, divirtam-se, aproveitem, e para os que não tiveram férias como eu: BOAS FÉRIAS!!!

Flashback do 3o ano

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Hoje eu estava relendo uns papéis de conversa do meu 3o ano... eu não assistia às aulas! É impressionante! Não prestava atenção em nenhuma aula, conversava o dia inteiro, ficava pintando cartazes, recortando papeizinhos, colando papel crepom no mural. Mas aula, que é bom, neca. Comentei com o Fillipe e ele respondeu: "não assistias às aulas mesmo... só Sociologia, Ensino Religioso e às vezes Redação e Literatura, quando era conveniente". Eu era uma péssima aluna... juro que não lembrava que eu era tão ruim... e depois ainda tinha palas de "ai meu Deus, eu não gabaritei a prova, como isso foi acontecer???"

Tenho pena dos meus amigos no 2o grau, como eles sofreram me aturando. Era Águeda contestando professor, Águeda conversando durante a aula, Águeda inventando teorias filosóficas sobre o universo, Águeda fazendo enquetes pelo 2o ano, Águeda reclamando da hipocrisia do Marista, Águeda falando mal de Brasília, Águeda cantando na sala de aula, Águeda com raiva por não ter tirado uma nota "boa". Haja paciência! Meus amigos deveriam ser canonizados. Já disse que amo vocês?

No meio dos papéis achei também uns textos meus. Vou aproveitar que a auto-crítica tá de férias e vou postar um aqui. Aviso logo que meus textos são normalmente pequenas passagens descritivas com um enfoque psicológico, narradores oniscientes em 3a pessoa, personagens femininas e história nenhuma (não há conflito). Leia-se: eles não têm início nem fim, nem pé nem cabeça. Vai aí um sem título:



"Ela já estava despontada. Ninguém aparecera, nem ela havia ouvido qualquer ruído diferente. Ela não sabia, entretanto, o que (ou quem) ela esperava exatamente. Estava naquele lugar há quanto tempo? Poucos minutos, várias horas? Talvez dias. Não lembrava como havia chegado nesse lugar. Na verdade, ela não fazia o menor esforço para isso. Parecia-lhe natural que estivesse lá, sozinha, sem entender como, quando, por quê. Não procurava resposta a essas perguntas (aliás, é possível que ela nem tivesse se perguntado tudo isso). Interessava-se apenas por esperar alguém chegar. O tempo passava, passava, até parecer não passar mais, e a menina começava a ficar sonolenta. Encostou-se em uma árvore um pouco maior que as outras e, com as pálpebras teimando em fechar, bocejou demoradamente. Decidida de que não havia nada a ser visto ou ouvido naquele lugar, adormeceu sem preocupações."

Águeda Macias (11/03/2002)





De volta aos 13 anos...

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Você é a imagem que passa ou o que você acha que é? Antigamente eu responderia "a imagem que passa" sem pestanejar, mas hoje eu penso diferente... talvez por ter um monte de defeitos que as outras pessoas enxergam, e eu não... eu até tento - estou tentando - mas não consigo me ver de certas formas...

Carente, inconstante, irresponsável, dona da verdade, em crise, depressiva, bipolar (como ser os dois ao mesmo tempo? boa pergunta...), "igual ao seu pai..." (esse eu assumo e tenho um certo orgulho...) Será que eu sou assim? "Eu convivo com você, percebo seus altos e baixos." Tá... *eu* também convivo comigo! Minha opinião conta? Parece que não...

É impressionante e triste ver quanta minhoca as pessoas podem pôr na nossa cabeça dizendo que nós somos assim ou assado. E mais triste ainda ver que essas opiniões me afetam, me machucam... "por que me olhas assim? Me irrita... Parece que estás desconsiderando tudo o que eu digo..." Vontade de responder "eu não acho isso, me machuca ver que é essa a imagem que você tem de mim, e acho que minha opinião deveria pesar um pouco quando estamos falando de mim!!" Mas eu só respondo "eu não estou desconsiderando... eu só discordo..." - e é o suficiente para acabar a conversa.

Poxa, eu acho que me conheço! Por que é tão difícil de acreditar que eu pinto o cabelo porque eu acho legal mudar? Acho super divertido ver minha cara ficar diferente com as cores do cabelo, eu sou uma pessoa de cores, e não é muito trabalhoso pensar que uma fã de Madonna e Geri goste de pintar o cabelo. Mas isso vira uma novela!!! Daí pra minha crise profissional e eu ser uma pessoa inconstante, é um pulo... aí vai embolando, embolando, embolando e termina no "você é igual ao seu pai, e eu não estou dizendo que o problema é você ser igual a ele... mas pessoas como ele sempre estão com a razão, sempre estão certas, nunca assumem nada..."

Enfim... fazia tempo que eu não ouvia o "cria juízo"... pena que o "você ainda está em dúvida?" está cada vez mais freqüente...

 
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