Outras músicas que estou atrás e mais um pouco...

sexta-feira, novembro 19, 2004

Preciso dessas gravações!

Guerra-Peixe - 3 peças para viola (conheci hoje no concerto de formatura da Aletéa, me apaixonei)
Prokofiev - 4 peças - op.4 (especialmente a n. 4 - Sugestões Diabólicas - saudades de JF!)
Tchaikovsky - Melodia
Purcell - Funeral Music to Queen Mary (ainda!)
Puccini - Turandot
Mozart - Le Nozze de Figaro, Rapto do Serralho, O Empresário...
Cláudio Santoro - Prelúdios (mais o 1o álbum que o 2o)

E mais um monte que eu não lembro...

Nada a ver: Óculos vermelho pronto! E está vindo aí mais um, lindo!, que combina com meu novo visual... ah, moleque! Metrossexuais of the world, unite and take over!

Mês que vem a Kika tá em Brasília. Que medo! Já estou vendo 2 pessoas que não vão parar de falar. Aff!

Pesquisa Astrológica

terça-feira, novembro 16, 2004

Horário de Verão

Período: 00h de 02/11/1985 até 00h de 01/03/1986
Obs.: Todo o Território Nacional.

Hora de nascimento na Certidão: 17:45
Com o Horário de Verão: 16:45

Signo Ascendente: Áries.


Voltando ao ponto de partida.

Enquanto a inspiração não vem...

segunda-feira, novembro 15, 2004

"Svani per sempre il sogno mio d'amore...
L'ora e fugitta e muoio disperato!
E non ho amato mai tanto la vita!"

Descobri que tenho uma gravação completa da Tosca em CD (Marton, Carreras e Pons) aqui em casa.

Adoro essa ária.

FNAC

domingo, novembro 14, 2004

Minha ida à FNAC acabou dando origem à nova lista de presentes: Natal, me aguarde!


CDs

Jazz
Frank Sinatra - Romance (CD duplo, altas músicas r0x)

Música Antiga
Purcell - O CD que tem Funeral Music for Queen Mary (em francês, outro CD duplo)

Ópera
Puccini: Turandot (CDs com Sutherland, Caballé e Pavarotti)
Puccini: Tosca (com o Pavarotti também)


DVDs

Clássico
Mozart - Trilogy of Love (DVDs da Cosí Fan Tutte, Le Nozze di Figaro e Don Giovanni)


Aff! É mais ou menos por aí. Coisas novas para a minha coleção: 2 DVDs, Porgy and Bess (!!!Nem acredito que achei!!!) e O Barbeiro de Sevilha. Diversão pra muito tempo!

Primeiro Réveillon

quinta-feira, novembro 11, 2004

- Em que pensas?
- Ahn?
- Perguntei em que pensas.
- Ah... em nada.
- Não é o que parece.
- Estou bem - disse rapidamente. Demorou ao piscar. - Estou bem mesmo.
Ela estava próxima à janela. O céu estava nublado, impedindo as estrelas de observarem as pessoas. Do apartamento onde estava ela observava, altiva, a cidade vazia. Apenas um carro passava vez ou outra. (o mesmo carro, estaria perdido?) Fitou o prédio à frente. Nenhuma vitrine se manifestava, os vizinhos deveriam estar todos viajando ou em festejos. Riu-se do seu pensamento, "vizinhos"... ela mal sabia o nome do senhor que morava ao lado, e mesmo assim dispunha de cara de pau para chamar os habitantes do tal edifício de "vizinhos". Ela interrompeu seus devaneios auto-críticos ao sentir um peso em seu ombro direito.
- Você está linda - ele murmurou.
Ela repousou a taça no parapeito da janela e tomou a mão que estava em seu ombro entre as dela. Encostou seus lábios na mão estranha e balbuciou um "obrigada" sem importância. Os olhos dele brilhavam um brilho triste, deveria estar preocupado com ela. Os olhos dela fugiram dos questionamentos mudos, ah!, aqueles olhos negros, como ela se perdera neles... a ponto de estar ali, naquele momento. Sozinha. Solitária. Imóvel.
- Venha. Daqui a pouco soltarão os fogos.
- E conseguiremos vê-los?
- Ah! Que pergunta! Não acharás melhor local nesta cidade para assistir aos fogos. Já não te disse?
Foram em direção ao quarto. Pela janela, uma paisagem não muito mais interessante que a anterior. A cidade parecia ter vida longe, por detrás dos prédios. Ela não conseguia ver a multidão que deveria estar depois das construções, mas ela estava certa de que eles estavam lá. O vento beijava-lhe a face enquanto aconselhava serenidade. "Sim, estou serena".
- Nunca entendi a graça do Ano-Novo.
O contorno das bolas negras cresceu com a surpresa do comentário (ele estava acostumado aos longos períodos de quietude dela). Ele sorriu:
- Como não? Não sentes uma ansiedade incrível?
"Não", ela pensou.
- Acho que sim. - achou melhor dizer.
- Então! É adorável, não é? Venha, ajude-me a montar o tripé.
Ela abaixou-se um pouco, puxou o vestido de tecido delicado e o ajudou desinteressadamente. Ele já estava vibrando, mas por alguma razão ela não havia sido contagiada por sua intensidade. Nos bons dias, ela era outra pessoa. Gesticulava, fumava, falava alto. Hoje não era um bom dia.
- É quase hora...
A contagem regressiva começara. Agora ela ouvia a multidão atrás dos prédios - ou estaria imaginando? Os olhos negros esperavam impacientes, escondidos pela máquina fotográfica disposta no tripé. Ele quase gritou ao lhe dar a mão esquerda (mas sem desviar o olhar):
- Faça um pedido!
Ela vasculhou sua mente e não encontrou nada. "Um pedido..." Recordou-se de sua mãe lhe dizendo o mesmo. "Pedidos não se realizam".
Vários flashes estouraram com os fogos. Ela gostava dos vermelhos, eles pareciam maiores e mais distantes. "O céu... ah, o céu... por que não engoles logo esses fogos? Finges que não te importas... mas sei que essa companhia fútil te incomoda".
Ao fim dos fogos, ele levantou com a euforia típica da criança que ainda não terminou seus jogos no parque, a tomou nos braços e confessou, romântico:
- Pedi para que possamos estar juntos em todos os nossos Réveillons, como em nosso primeiro Réveillon... como hoje.
"Como hoje". Ela sorriu ao ouvir a bobagem em tom de segredo e parou por um instante antes de afirmar:
- Eu também.

Última Oração

quarta-feira, novembro 10, 2004

Quando eu for morrer
Vou pedir pra ser Outubro
No meio daqueles anjos
Do Círio de Nazaré
Lá estarei tranqüilo
Com meu cigarro de palha
As dores todas vencidas
Nas ondas do rio-mar
E quando chegar a hora
Bem antes de partir
Pedirei à Virgem
Asas feitas de miriti
(Edyr Proença e Emanuel G. Matos)
(saudades)
Círio de Nazaré: Maior festa católica do Brasil. Ocorre todo 2o domingo de Outubro em Belém do Pará, e é conhecido como o "Natal dos Paraenses", tal sua importância. O Círio pára a cidade e leva às ruas aproximadamente 1,5 milhão de pessoas todo ano. Apesar de ser uma festa católica, dedicada a Nossa Senhora de Nazaré, consegue reunir católicos praticantes, não-praticantes, evangélicos, espiritualistas, agnósticos, ateus e não-cristãos de um modo geral.
(saudades)
Anjos: No Círio de Nazaré é comum ver crianças vestidas como Anjos (batas leves a asas).
(saudades)
Rio-mar: Na Amazônia os rios são tão grandes que é comum não conseguir enxergar a outra margem, havendo inclusive praias de rio (sim, com ondas!). Pela grandeza dos rios é dada a denominação de rio-mar.
(saudades)
Miriti: Madeira tradicional do Pará, muito flexível, retirada dos talos da palmeira e utilizada para a confecção de brinquedos a serem vendidos durante o Círio de Nazaré.
(da minha Belém)

Ao fim da procissão - retirada de www.fotolog.net/belem Posted by Hello

Poemas

segunda-feira, novembro 08, 2004

LUCY'S SONG
Charles Dickens (1812-1870)

How beautiful at eventide
To see the twilight shadows pale,
Steal o'er the landscape, far and wide,
O'er stream and meadow, mound and dale!

How soft is Nature's calm repose
When ev'ning skies their cool dews weep:
The gentlest wind more gently blows,
As if to soothe her in her sleep!

The gay morn breaks,
Mists roll away,
All Nature awakes
To glorious day.
In my breast alone
Dark shadows remain;
The peace it has known
It can never regain.





TRISTESSES DE LA LUNE
Charles Baudelaire (1821-1867)

Ce soir, la lune rêve avec plus de paresse;
Ainsi qu'une beauté, sur de nombreux coussins,
Qui d'une main distraite et légère caresse
Avant de s'endormir le contour de ses seins,

Sur le dos satiné des molles avalanches,
Mourante, elle se livre aux longues pâmoisons,
Et promène ses yeux sur les visions blanches
Qui montent dans l'azur comme des floraisons.

Quand parfois sur ce globe, en sa langueur oisive,
Elle laisse filer une larme furtive,
Un poëte pieux, ennemi du sommeil,

Dans le creux de sa main prend cette larme pâle,
Aux reflets irisés comme un fragment d'opale,
Et la met dans son cœur loin des yeux du sommeil.




THE SADNESS OF THE MOON (Tradução do poema anterior)
Charles Baudelaire (1821-1867)

The Moon more indolently dreams to-night
Than a fair woman on her couch at rest,
Caressing, with a hand distraught and light,
Before she sleeps, the contour of her breast.

Upon her silken avalanche of down,
Dying she breathes a long and swooning sigh;
And watches the white visions past her flown,
Which rise like blossoms to the azure sky.

And when, at times, wrapped in her languor deep,
Earthward she lets a furtive tear-drop flow,
Some pious poet, enemy of sleep,

Takes in his hollow hand the tear of snow
Whence gleams of iris and of opal start,
And hides it from the Sun, deep in his heart.





THE SORROW OF LOVE
W.B. Yeats (1865-1939)


The quarrel of the sparrows in the eaves,
The full round moon and the star-laden sky,
And the loud song of the ever-singing leaves,
Had hid away earth's old and weary cry.

And then you came with those red mournful lips,
And with you came the whole of the world's tears,
And all the sorrows of her labouring ships,
And all the burden of her myriad years.

And now the sparrows warring in the eaves,
The curd-pale moon, the white stars in the sky,
And the loud chaunting of the unquiet leaves
Are shaken with earth's old and weary cry.




LAST SONNET
John Keats (1795-1821)

Bright Star, would I were steadfast as thou art--
Not in lone splendour hung aloft the night,
And watching, with eternal lids apart,
Like Nature's patient sleepless Eremite,

The moving waters at their priest-like task
Of pure ablution round earth's human shores,
Or gazing on the new soft-fallen mask
Of snow upon the mountains and the moors--
No--yet still steadfast, still unchangeable,
Pillow'd upon my fair love's ripening breast,
To feel for ever its soft fall and swell,
Awake for ever in a sweet unrest,
Still, still to hear her tender-taken breath,
And so live ever--or else swoon to death.





SONETO
Álvares de Azevedo (1831-1852)

Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar! na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! o seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!



Pyro

quinta-feira, novembro 04, 2004

Já mencionei que eu fervilho com novas idéias sempre que meu aniversário está chegando?




A vela estava esperando uma decisão. Ela estava com o fósforo entre os dedos, pensando. Acenderia? Talvez fosse melhor deixar tudo do jeito que está. Ele nunca lhe pediu ajuda, e não era agora que ela ia dar uma de intrometida. Pra quê? Pra ele vir depois reclamando, jogando na cara dela? Ela ficaria morrendo de vontade de dizer: "você não sabe de nada, meus sonhos estão se concretizando...", e ele ficaria com raiva, e ao mesmo tempo, incrédulo. "Você ainda acredita que isso vai acontecer? Achei que tinha crescido."

Ah! Crescido, claro. Por que ele não acredita? Um dia ele vai acreditar. Quando tudo acontecer... ela pensou em riscar o fósforo, mas se segurou. Não vai adiantar nada... vocês vão brigar de novo, é pra isso que vai servir. Deixa quieto.

Mas ele me pressiona tanto! Odeio o jeito que ele olha pra mim quando eu falo sobre o que acredito. Se eu parasse de falar, tudo se resolveria... mas não! Eu não devo deixar minhas coisas de lado só por causa dele.

Será que eu faço? Eu não devia me meter onde não fui chamada, mas não é isso que sempre faço? Se não fosse assim, nem estaríamos juntos. É, bom ponto. Acho que vou fazer... quem sabe assim... quem sabe assim ele finalmente entende.

Ela riscou o fósforo e acendeu a vela. Olhou a seu redor. Ah! Já dei o primeiro passo, não posso recuar agora. Vai ser para o bem dele... E vai ser feito agora. Pegou as garrafas de bebida do bar, uma por uma, e jogou violentamente no chão. Respirou fundo... é, é isso mesmo. Seu coração batia forte, e ela sentia um prazer quase sexual antevendo o que ia fazer. Ia ser lindo... estava ofegante vendo a sujeira no chão. Lembrou do rosto dele com raiva, lindo, ele ficava lindo! Ela sorriu... sabia que era hora. Delicadamente, tomou a vela nas mãos, e de uma maneira teatral a deixou cair. Esperou as chamas se espalharem, eram pequenas, mas logo cresceriam. Logo, tudo estaria vermelho...

Com uma calma que ela não esperava ter, abriu a bolsa, pegou a chave e andou com cuidado em cima de seu salto agulha até sair do apartamento. Tremeu um pouco ao trancar a porta. Calma, já foi feito, não tem com o que se preocupar. Chamou o elevador e esperou.

E mais sobre o mundo de homens

segunda-feira, novembro 01, 2004

Por que ser machista é aceitável? Em tempos politicamente corretos, temos que tomar cuidado com as palavras para não cair em armadilhas "discriminatórias", e isso vale para tudo. Tomemos o racismo como exemplo. Com a gradação de cores que temos em nosso país, como se referir a uma pessoa que não chega a ser negra? Morena? Negra? Sempre o chamarão de preconceituoso de algum dos lados. Isso falando de um lado mais light do dito "preconceito". Aí ainda vem discussão sobre as cotas, blá blá blá... bom, o negócio é que todo mundo agora está a favor de uma "igualdade"* e ser racista é considerado o fim.

Mas, voltando a minha pergunta: por que ser machista é algo aceitável? Por que, quando alguém faz um comentário machista, as pessoas respondem com "deixa ele ser machista", como se machismo fosse um ponto de vista válido? (não, pra mim ele não é!)

Cansei de ouvir esse papo de "o mundo é machista porque as mulheres deixam que ele seja". Ahan, claro! Assim como a escravidão existia porque os escravos não se revoltavam... é, é por aí mesmo!

Não agüento mais ver que as coisas não mudam, não importe o que você tente fazer. Quantas coisas eu fui impedida de fazer por que eu "sou mulher"? Quantas vezes eu já não me senti de fora por que eu não me encaixava no padrão da sociedade?** Como é que alguém pode ser cego o suficiente para não perceber que o mundo é feito por e para esse homens?

As mulheres continuam sendo discriminadas, continuam sendo minoria, continuam sendo objetos, continuam sendo tudo que "elas se deixam ser"... mas, enquanto os negros conseguiram uma mudança de pensamento*** em relação a eles da sociedade mais intelectualizada, o preconceito contra a mulher continua como algo "cultural". E, enquanto a sociedade não mudar essa droga de "cultura", continuaremos em propagandas de cerveja ou sendo dançarinas de axé, funk e outros gêneros de nossa MPB****...



* Aspas não porque sou contra, muito pelo contrário, mas porque essa igualdade só existe em discursos, papo para mais tarde...
** Por padrão, entenda-se homem.
*** Antes de qualquer coisas: pensamento, não atitude.
**** Katim! (esse eu não consegui segurar)

 
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